Reunião discute projeto de irrigação da Chapada do Apodi com pequenos agricultores
A prefeitura Municipal de Apodi através da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Recursos Hídricos reuniu cerca de duzentos agricultores familiares da região da Chapada do Apodi para discutir o projeto de irrigação da localidade. Além das representações das mais diversas associações, participaram também técnicos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS.
A reunião aconteceu na manhã de ontem (02) no auditório da Casa de Cultura Popular Walter de Brito Guerra. O importante momento de discussão sobre uma das maiores obras da região contou com a presença do Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Recursos Hídricos Elthon Rosemberg Silveira de Souza, do presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi – STTR e de várias associações da Chapada do Apodi.
A reunião tratou basicamente de retirar dúvidas dos agricultores, em sua maioria pronafianos, com relação à obra de irrigação da região da Chapada do Apodi. Um dos boatos que foi desmentido é relativo ao fato dos pequenos agricultores terem que deixar as suas terras, ou vendê-las as indústrias ligadas ao agronegócio.
Uma das dúvidas freqüentes dos pequenos agricultores refere-se ao fato da preocupação ligada a possível presença de grandes empresas do ramo do agronegócio o que, segundo boatos, limitaria a escolha dos agricultores de produzir a cultura que desejassem. O fato foi desmistificado pelo secretário adjunto de Agricultura Eron Costa “O pequeno agricultor é quem vai decidir que cultura quer produzir em suas terras e ninguém vai tirar esse poder dele”, disse.
Para o Engenheiro Agrônomo do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS Douglas Augusto Pinto Júnior, que também esteve presente a reunião, esse boato na verdade não passa de inverdades criadas por pessoas que não simpatizam com o projeto “Eu não sei por que tem pessoas que sai espalhado este tipo de boato, que em nada constrói no processo”, disse.
Outro importante técnico a participar da reunião foi o engenheiro Amaury Reis Fernandes Pinto Júnior que fez questão de sugerir a criação de normativas, a título de sugestão, impostas pelos próprios agricultores, para o modo de funcionamento do projeto. “Essas normativas iriam orientar a melhor maneira de execução do projeto, por exemplo, pode ser instituído que cada agricultor plante produtos orgânicos, já que o agrotóxico é algo que preocupa dos produtores”, comentou.
O secretário do Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Recursos Hídricos Elthon Rosemberg Silveira de Souza informou que será realizado junto às associações um abaixo assinado contendo a preocupação e sugestões dos pequenos agricultores “Nós já fizemos o cadastro dos locais onde o canal de água vai passar, mas como muitos moradores e proprietários ainda têm muitas dúvidas da maneira como isso tudo vai ser gerenciado, esse abaixo assinado será mais uma maneira do agricultor ter seus direitos e reivindicações aceitas”, complementou.
O agricultor Francisco Firmino de Oliveira, morador do Assentamento Agrovila Palmares também externou o seu pensamento a cerca do projeto “é preciso que nós tenhamos todas as informações sobre a forma como nós, pequenos agricultores, seremos tratados diante das grandes empresas de agronegócio que poderão ser instaladas no município”, concluiu.
Já para o veterinário Hildo Francisco Filho o projeto representa, na verdade, a redenção dos moradores da Chapada do Apodi “Esse projeto vai trazer água para irrigar as terras férteis da Chapada, eu entendo que isso é a redenção dos agricultores da localidade”, acrescentou.
O presidente da Associação para o Desenvolvimento Sustentável para Reforçar o Emprego e Renda – ADSERER zootecnista Rosibério Dias sugeriu a criação de uma conferencia freqüente para discutir o assunto. Como conclusão ficou decidido a criação de um escritório de representação, junto ao DNOCS, para tirar as dúvidas dos agricultores.
Um diferencial que contribui para o bom funcionamento do projeto no na Chapada do Apodi é referente à garantia, por parte do DNOCS, da legalização das terras dos pequenos agricultores, o que permite, por exemplo, que estes façam empréstimos junto aos bancos para investir na produção de suas terras.
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